Você não precisa ser Workaholic para ter sucesso profissional
Por Luciana Ramos
Johari - Consultoria e Treinamento
por Luciana Ramos
Ao longo dos anos e da história, o trabalho foi ganhando diferentes significados.
Na Idade Média traz o conceito de co-criação.
A revolução industrial traz o conceito de homo economicus, no qual o trabalho é fundamentado sob o ponto de vista econômico.
Para Marx o trabalho é elevado como principal via de acesso à essência humana. Tinha o papel principal na definição do ser, por meio dele o homem se externalizava, ele agia e se transformava por meio de seu trabalho.
O mundo moderno estiliza uma outra face da realidade: para sobreviver nesse ambiente tantos diplomas, masters, competitividade alta é preciso transmitir a imagem do sucesso, da carreira bem sucedida, do “super-profissional”.
Porém, chega um momento em que todo ser humano depara com uma questão fundamental: se é ou se foi feliz ou não? E nesse momento, as máscaras podem cair e esse “super – profissional” vivenciar uma outra realidade.
A dinâmica atual do mercado é marcada por mudanças constantes e uma sensação de incerteza em relação ao futuro. A cada momento o profissional está envolvido em um novo projeto, ou mesmo em uma nova empresa, o que dificulta a construção de uma narrativa linear em relação a formação de sua identidade.
Richard Sennett em seu livro A Corrosão do Caráter, mostra como capitalismo flexível, com suas mudanças constantes e visão de curto prazo, afeta a construção do caráter e cria laços fracos. Sennett diz: “As condições de tempo no novo capitalismo criaram um conflito entre caráter e experiência, a experiência do tempo desconjuntado ameaçando a capacidade das pessoas transformar seus caracteres em narrativas sustentadas.”
Essas ausências de narrativas sustentadas podem acarretar um outro aspecto da infelicidade dos profissionais: a ausência de sentido naquilo que fazem.
Fernando Bendassolli em seu livro Trabalho e Identidade em tempos sombrios diz: “Mudanças constantes nas tarefas impedem a existência desse tempo apropriado para os relacionamentos consolidarem-se em hábitos ou regras que então passam a governar os relacionamentos”.
As consequências, para Durkheim, são graves: se o indivíduo trabalha sem saber para que ou para onde isso o levará, só lhe resta seguir a rotina, num movimento monótono e repetitivo sem interesse. A anomia seria um estado semelhante àquele da alienação: em ambos os casos é ausência de propósito, de sentido, que está em questão – para Marx, a falta de sentido pelo fato do trabalho não poder mais realizar o homem; para Durkheim, a falta de sentido pelo fato do indivíduo não participar de uma consciência comum.
Diante desse cenário, uma nova geração está invadindo o mercado de trabalho para o mundo corporativo. Uma geração que diferente de seus pais, quebram rapidamente os vínculos com as empresas e permanecem nelas apenas enquanto o trabalho ainda faça sentido.
A rotação não os assusta (a situação do mercado lhes permite isso) e, apesar de se motivarem a escalar posições, não é tanto pelo que estas representam em poder, mas porque implicam reconhecimento e maior possibilidade de colocar em marcha suas iniciativas.
O que marca mesmo a nova geração é a busca de um grande significado no que fazem. Esta geração tem observado seus pais obterem a recompensa do trabalho duro: casas, carros e riqueza material. No entanto, eles têm visto os custos do sucesso dos pais em termos de casamentos desfeitos, pais ausentes, e uma epidemia de doenças relacionadas com estresse.
Os jovens desta geração não vivem para trabalhar, mas sim trabalham para viver. O trabalho apenas fornece a renda para fazer o que eles realmente querem fazer. Eles estão em busca de diversão, amizades de qualidade, propósitos repletos de sentido e para o significado espiritual .
Não é apenas acúmulo de dinheiro ou status social que está em jogo para eles. Investigando a simbologia do trabalho para esses jovens, observamos alguns novos significados. Eles não negam questões funcionais, como dinheiro e estabilidade, mas a diferença é que não param por aí. Encontramos muitos jovens conectando sua realização pessoal à profissão dos seus sonhos. Essas buscas não são dissociadas, elas vêm juntas.
O trabalho é cada vez menos visto como necessidade, e cada vez mais como elemento de realização e expressão. Os exemplos profissionais mais admirados são aqueles que conseguem aliar as duas coisas. Uma não menos importante que a outra. Ambas integradas. Essa é uma nova noção de sucesso que ganha força.
Essa traz consigo uma nova forma de lidar com o trabalho, contudo as empresas ainda não absorveram todos os aspectos valorizados por esses jovens.
O que fica evidente é que algo está errado no formato atual de trabalho, pois 84% dos executivos estão infelizes. Resta saber se a nova geração conseguirá presenciar a incorporação dos novos valores trazidos por ela ou se isso ficará com a Geração futura.
E para nós que continuamos no mercado de trabalho nessa fase atual, vale a pena resgatar o sentido que o trabalho tem em nossas vidas. E, independente da geração que estivermos, sempre há a possibilidade da mudança e de buscarmos o sentido naquilo que fazemos.
Vale a pena nos perguntarmos: Por que trabalhamos? Ou melhor, por que vivemos? Apesar desse tipo de pergunta ser desconfortante, é melhor fazermos isso agora do que mais tarde.
É melhor encontrarmos um tempo para pensarmos nisso agora do que esperarmos a época da nossa “aposentadoria” na qual teremos um tempo livre para cantarmos:
“Devia ter amado mais, ter chorado mais, ter visto o sol nascer. Devia ter arriscado mais, até errado mais, ter feito o que eu queria fazer… Devia ter complicado menos, trabalhado menos, ter visto o sol se pôr…”
(Epitáfio – Titãs – Composição: Sérgio Britto).
Texto adaptado
http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu/0,,EDG87165-7943-219,00-GERACAO+Y.html
Leia mais:
Por Luciana Ramos
Por Luciana Ramos
Por Luciana Ramos
Podemos
te ajudar?
Queremos
ouvir você!
Entre contato email: comercial@johariconsultoria.com.br ou whatsapp (11) 97666-9735